Power Rangers terá personagem do espectro autista
Desde o início da divulgação da produção do filme, e principalmente após o primeiro trailer oficial de Power Rangers ser divulgado no ano passado, ficou claro que o longa teria temáticas mais sérias e mais obscura do que Mighty Morphin Power Rangers teve na década de 1990. A concepção dos personagens foi menos caricata no novo filme, os Zords tem aspecto mais ameaçador e o filme promete lidar com uma série de questões comuns no mundo real, como comprovado pela revelação de que a Ranger Amarela (Trini, interpretada pela atriz e cantora Becky G) pertence a comunidade LGBT.
O site Screen Rant divulgou, com exclusividade, mais um elemento de inclusão importantíssimo que o filme Power Rangers terá nas telonas: o espectro autista. E o personagem escolhido para inserir o tema no longa foi Billy, o Ranger Azul (cor que representa mundialmente o espectro autista), interpretado por RJ Cyler.
Em entrevista ao Screen Rant, RJ Cyler falou sobre a concepção e características do Ranger Azul:
“Eu só queria mostrar um ponto de vista diferente, como de pessoas que são vistas como sendo no espectro. Ou as pessoas diagnosticadas com autismo, ‘porque é como se eu me sentisse como nós olhando a situação como estranha’, e eu fiz isso, eu atiro minha própria pedra quando digo isso, porque há muita coisa que eu não sabia antes. Na verdade, eu sentei e fechei a boca e realmente só ouvi e você sabe, aceitou cada pedacinho de informação sem julgamento… Eu sabia que era meu trabalho mostrar que as pessoas que estão no espectro são apenas pessoas comuns, literalmente, como eu e Becky conversamos, eles se sentem da mesma maneira, eles têm as mesmas emoções, eles querem ser amados, querem pessoas para amar, querem os relacionamentos que eles desejam, conexões; e é exatamente como eu estava animado para ser capaz de interpretar isso porque eu sei que isso significa muito para tantas pessoas, porque todos nós somos afetados por isso… e é algo que eu sinto que precisávamos ter neste filme, para ser honesto. “
Os comentários de RJ não são apenas a confirmação da direção mais realista e baseada em Power Rangers está entrando, mas também uma forte indicação de que essas questões não estão sendo tratadas levianamente pelos atores envolvidos. RJ Cyler claramente colocou muita reflexão e respeito em seu retrato de um personagem com autismo – e seu desejo de representar com precisão essas condições no próximo filme são louváveis.
Alguns fãs familiarizados com a antiga encarnação de Mighty Morphin Power Rangers podem argumentar que a franquia talvez não seja o lugar para assuntos e assuntos sérios a serem discutidos. Afinal, a série original era uma brincadeira, uma série de super-heróis sem qualquer grau de realismo.
No entanto, com a nova direção madura que a releitura de Power Rangers está utilizando, incluindo personagens com autismo ou que pertencem à comunidade LGBT, é um passo natural e um sinal positivo do progresso que as culturas ocidentais fizeram desde a década de 1990. Como diz o próprio Cyler, os que estão no Espectro Autista têm os mesmos desejos e sentimentos que aqueles que não estão e adicionando tais personagens ao Power Rangers, uma mensagem de aceitação e inclusão é dada e – se retratada com precisão e respeito – só pode ser uma coisa boa.
O elenco do filme, que estreia no Brasil dia 23 de março de 2017, terá a participação dos atores RJ Cyler (Billy/Ranger Azul), Naomi Scott (Kimberly/Ranger Rosa), Ludi Lin (Zack/Ranger Preto), Becky G (Trini/Ranger Amarela), Dacre Montgomery (Jason/Ranger Vermelho), Elizabeth Banks (Rita Repulsa), Bryan Cranston (Zordon) e Bill Hader (Alpha 5). Ashley Miller, Zack Stentz (X-Men: Primeira Classe) e John Gatins (Gigantes de Aço, O Vôo) são os roteiristas e Dean Israelite (Projeto Almanaque) é o diretor. O filme é distribuído no Brasil pela Paris Filmes.